Justiça Socioambiental e Econômica
O modelo de desenvolvimento predatório que vivemos não pode ser pensado sem considerarmos que a devastação ambiental é parte constitutiva do capitalismo e sem levarmos em consideração as suas dimensões machista e racista, que vulnerabilizam sobretudo as mulheres, a população negra, a população mais pobre e as comunidades tradicionais.
A reflexão sobre as implicações das injustiças socioambientais e econômicas para as mulheres sempre esteve presente nas ações de enfrentamento da AMB ao modelo de desenvolvimento hegemônico no Brasil e na América Latina. Construímos a nossa luta de forma local, denunciando os crimes ambientais e econômicos que nos atingem em diferentes territórios e seus impactos na vida das mulheres; nacional, incidindo no legislativo e visibilizando criticamente a devastação do meio ambiente e o empobrecimento da população, em aliança com outros movimentos sociais; e internacional, atuando em esferas de debate internacional como estratégia para pressionar o estado brasileiro na criação de mecanismos de proteção social e ambiental e fortalecer a resistência global a este modelo de desenvolvimento.
A Coletiva de Luta por Justiça Socioambiental e Econômica busca difundir a concepção de crise como um problema de todas e todos e não apenas das populações atingidas em determinados territórios, dando visibilidade à situação das mulheres nos enclaves de desenvolvimento, às suas lutas e às suas alternativas de modo de vida. Buscamos fortalecer as lutas populares por condições de vida com base na realidade das mulheres, visibilizando as lutas por soberania alimentar e acesso a bens comuns das trabalhadoras rurais, marisqueiras, pescadoras, quilombolas, indígenas, mulheres negras e mulheres das periferias das grandes cidades.
Temos participado ativamente e demarcado nossa visão feminista antirracista e anticapitalista em espaços de discussão crítica sobre o modelo hegemônico de desenvolvimento, como o Fórum Pan-amazônico, o Fórum Social Mundial, Cúpulas dos Povos (espaço da sociedade civil paralelo à Rio+20), os espaços de resistência e denúncia à Copa do Mundo no Brasil, espaços de debate crítico da sociedade civil sobre as decisões da Cúpula do BRICS e da COP19, entre outros.
Os movimentos de mulheres indígenas e rurais nos ensinam muito, nos mostrando como as grandes forças econômicas (sejam as elites locais e nacionais ou as multinacionais) se apropriaram das nossas nossas terras, das nossas sementes, dos nossos bens, inviabilizando a nossa soberania alimentar, cerceando nosso acesso à água e outros bens comuns. Temos nos debruçado de forma reflexiva sobre os desafios teóricos e políticos do feminismo em relação ao meio ambiente e à relação entre seres humanos e natureza, buscando fortalecer as alternativas feministas ao modelo de desenvolvimento que está posto a partir do ecofeminismo e do bem viver, buscando contribuir para repensar as dimensões desenvolvimentistas presentes no próprio o pensamento da esquerda.
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