Como nos movimentamos
Ao longo da nossa história, temos construído um jeito próprio de fazer política, baseado nos princípios feministas e refletindo a diversidade existente na nossa articulação. Estamos organizadas em diferentes estados do Brasil a partir de agrupamentos locais. São redes, fóruns, articulações e coletivos de mulheres que constroem conjuntamente as nossas estratégias de incidência nacional, mas que também têm suas ações próprias, relacionadas ao contexto de cada território.
Nessa construção, buscamos garantir a autonomia organizativa e política de cada agrupamento que integra a AMB e fortalecer permanentemente a nossa democracia interna com processos decisórios horizontais e participativos, marcados pela produção de consensos na ação, pelo diálogo entre as instâncias locais e nacional e pela livre adesão como método de organização das nossas lutas. Para o feminismo, autonomia não significa voluntarismo ou individualismo, mas uma crítica ao modo de organização centralizadora e hierarquizada e uma aposta na capacidade de realizar ação coletiva com a força do movimento articulado.
Para se afirmarem como espaços de militância da AMB, os agrupamentos precisam estar de acordo com a nossa Carta de Princípios e se comprometerem com o fortalecimento do nosso modo de organização e com a realização da nossa Política Geral. Isso significa também participar dos nossos espaços de debate e formação política, baseada no intercâmbio de experiências, na reflexão e análise teórica e na elaboração de estratégias para ação. A definição das nossas estratégias de luta se dá nos espaços das nossas Plenárias Nacionais. A nossa atuação política é articulada por uma Coordenação Nacional e a nossa luta se organiza a partir de Coletivas de Lutas.
Plenárias Nacionais
A Plenária Nacional é o espaço de deliberação da política geral da AMB e de discussão em torno dos nossos princípios, objetivos e modo de organização. Ela é formada por representantes dos agrupamentos locais e pela coordenação nacional. A Plenária toma decisões políticas a partir de consensos construídos coletivamente e elege a coordenação nacional, que se altera a cada 3 anos, observando critérios de diversidade para sua composição. Os consensos construído nas Plenárias orientam os agrupamentos em suas ações, que atuam conforme a conjuntura local e as possibilidades de atuação das integrantes da AMB.
Coordenação Nacional
A coordenação nacional atua a partir dos consensos construídos em Plenárias nacionais e atualmente é composta por seis integrantes da AMB e uma representante da Articulação Feminista Marcosul (AFM), rede feminista através da qual atuamos na esfera latinoamericana e mundial. A coordenação tem como responsabilidades políticas: cuidar da nossa comunicação institucional e das nossas relações interinstitucionais e internacionais; decidir sobre representação da AMB em atividades pontuais; fortalecer a política de finanças internas, bem como coordenar as atividades com financiamento; organizar as Plenárias Nacionais e conduzir consultas nacionais; articular e organizar o diálogo interno da AMB a partir do acompanhamento das lutas e das ações locais e nacionais, fortalecendo assim a nossa organicidade.
Coletivas de Luta
As Coletivas de Luta atuam a partir das nossas prioridades políticas decididas nas Plenárias Nacionais, sendo revistas e atualizadas de acordo com a conjuntura. Atualmente, são seis: Coletiva de Luta para o Enfrentamento da Violência Contra as Mulheres; Coletiva de Luta contra o Racismo e em Defesa dos Direitos das Mulheres Indígenas; Coletiva de Luta por Justiça Socioambiental e Econômica; Coletiva de Luta pela Legalização do Aborto; Coletiva de Luta pela Democratização do Poder; Coletiva de Luta por Políticas Públicas, Trabalho e Previdência. As Coletivas são responsáveis por analisar criticamente a conjuntura, traçar estratégias de enfrentamento, mobilizar a militância, manter a AMB informada em relação às lutas e encaminhar resoluções e indicativos para serem discutidas nas nossas Plenárias Nacionais.
Nosso internacionalismo
A AMB nasceu voltada para a agenda internacional, no processo da conferência de Beijing (China), com a preocupação de fazer diálogos e alianças na América Latina. Portanto, nascemos fazendo a luta feminista local, regional e internacionalmente e seguimos com o desafio de articular esses três planos de atuação, fortalecendo nosso diálogo internacional sem invisibilizar nossas preocupações locais. No contexto de golpe e avanço do fascismo que se dá em toda América Latina, temos travado as lutas internacionais junto à Articulação Feminista Marcosul (AFM), fortalecendo nosso pertencimento latino-americano, nossas alianças com outras forças políticas na região e a dimensão internacionalista das nossas lutas.