Resistências feministas Panamazônicas e Antissistêmicas na luta contra o patriarcado capitalista, racista e colonial

1º Painel realizado na Casa da Resistência das Mulheres, X FOSPA. Crédito: Fran Ribeiro/SOS Corpo.

A Casa da Resistência das Mulheres realizou seu primeiro painel no FOSPA na manhã desta sexta-feira, 29, no auditório setorial básico 1, na UFPA, com uma sala abarrotada de mulheres dos mais diversos países latinos e estados brasileiros. Com uma mesa muito rica em diversidade e em potentes discursos, o tema foi “Resistências feministas Panamazônicas e Antissistêmicas na luta contra o patriarcado capitalista, racista colonial – Reflorestando as mentes e as vidas”.

Divina Lopes, militante do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra, falou sobre a resistência ativas das mulheres que integram o MST, e destacou que “para fazer o enfrentamento, precisamos nos compreender, e a nossa formação sociocultural tem as marcas da colonização, marcas muito perversas da violência e da desigualdade. E o processo de colonização não foi apenas a colonização dos nossos territórios, mas também uma tentativa de colonizar os nossos corpos e a nossa humanidade. Precisamos nos conectar com a nossa ancestralidade”, concluiu a militante.

1º Painel realizado na Casa da Resistência das Mulheres, X FOSPA. Crédito: Fran Ribeiro/SOS Corpo.

Zuly Rivera, ativista da Colômbia, se sente muito agradecida à mãe terra por esse espaço tão importante. “Estou muito contente com a presença de todos esses povos originários da América Latina, dos nove países que compõem o FOSPA aqui no Brasil. É muito importante escutar todas as dificuldades que nós temos, porque em cada território, desde a minha comunidade, Putumayo, e em toda Colômbia, enfrentamos dificuldade como mulheres; e o mesmo nos demais países, cada um tem suas próprias violências contra as mulheres, a partir do patriarcado que vem nos afetando”.

Já Wilma Mendoza, representante da Confederación Nacional de Mujeres Indígenas de Bolivia, conta que o painel foi uma oportunidade para compartilhar experiências desde o ponto de vista da resistência de cada nação. “Temos visões distintas, mas quando falamos da vida e do exercício do direito, aí unificamos a visão, o sofrimento e as ações.”

Este painel 1 foi composto pelas ativistas Maria Divina Lopes, do MST/Brasil; Zuly Rivera, da Colômbia; Wilma Mendoza, da Confederación Nacional de Mujeres Indígenas de Bolivia/CNAMIB; Maria Albenize Farias Malcher, do CEDENPA/AMNB/Brasil; e Marisol García Apagüeño, do Peru. A mediação foi de Domingas Caldas, do GMB/FMAP/AMB/Brasil, e a relatoria de Sandra Brandão, do FMAP/AMB/Brasil; e Maria Eugênia Carrizo, do REPAM/Bolivia.

1º Painel realizado na Casa da Resistência das Mulheres, X FOSPA. Crédito: Fran Ribeiro/SOS Corpo.

Confira também

A Rádio ZAP AMB com o balanço dos painéis no primeiro dia de atividades na Casa da Resistência Feminista: