Vamos falar sobre aborto!

Para nós da AMB, a luta pela legalização do aborto é parte da luta pela consolidação e ampliação da democracia, uma vez que o nosso corpo e a nossa autodeterminação reprodutiva devem ser entendidos como um direito humano inalienável a ser assegurado e deve estar no âmago do debate democrático.

Em uma sociedade onde sejamos verdadeiramente livres.

A legalização do aborto, sob a perspectiva da justiça reprodutiva, é uma luta fundamental para a garantia da dignidade e da liberdade das mulheres e para a construção de uma sociedade mais justa.

Pesquisa Nacional do Aborto:
– 1 em cada 7 mulheres até os 40 anos já fez pelo menos um aborto no Brasil;
– Aproximadamente 5 milhões de mulheres já fizeram um aborto no país;
– 81% das mulheres que abortam têm religião;
– O Aborto é também um problema das juventudes: metade (52%) das mulheres que abortaram tinham 19 anos ou menos quando fizeram seu primeiro aborto. 6% das mulheres fizeram o aborto entre 12 e 14 anos, e 46% delas, dos 16 aos 19;
– A criminalização não reduz o número de abortos: 21% das mulheres, 1 em cada 5, que abortaram realizaram um segundo aborto (chamado aborto de repetição);
– O aborto é um problema de saúde pública que afeta desproporcionalmente as mulheres negras: no período que vai de 2016 a 2021 a probabilidade de se fazer um aborto é 46% maior para as mulheres negras de todas as idades. Isso significa que para cada 10 mulheres brancas que fizerem aborto haverá 15 mulheres negras, aproximadamente (Aborto e Raça, 2023).
Fonte: Revista Azmina

A gravidez forçada é uma forma de tortura física e psicológica, que agride as mulheres e retira o nosso direito de escolher a vida que queremos viver. Por isso, entendemos a criminalização do aborto também como uma violência contra as mulheres. Sabemos que essa criminalização não se dá da mesma forma na vida de todas nós.

Sim, Ministra, defendemos que precisamos popularizar o debate sobre o aborto. Que ele seja livre de preconceitos e julgamentos morais, que só empurram as mulheres para a ilegalidade. E para isso, precisamos de ações do governo federal nesse sentido.

É preciso dialogar para superar a criminalização do aborto, garantir a atenção ao planejamento familiar, fazer cumprir o que está nas diretrizes nacionais da educação para transformar as relações de gênero e garantir o atendimento ao aborto legal no país.

Para que nunca mais aconteça nada igual ao caso da menina do Espírito Santo!

É pela vida de todas as mulheres!