GIRO AMB – Pernambuco

Confira aqui o que rolou nos estados no processo de construção deste mês de luta feminista, as principais atividades, atos e as avaliação dos territórios sobre as ações, mobilizações, alianças entre movimentos e debate com a sociedade.


Neste 8 de março Pernambuco fervilhou! Por todo o estado vimos as cores e batuques da AMB, por meio do Fórum de Mulheres de Pernambuco – FMPE, presente em cinco regiões. 

Na Região Metropolitana, conseguiu-se ocupar as ruas de maneira massiva no centro do Recife, após um período de esvaziamento dos atos de rua. “Nos surpreendemos”, afirmou o FMPE, também destacando que este acabou sendo o primeiro grande ato de rua do ano – e em muito tempo! –  o que demonstrou a força política do feminismo e esperançou a luta para as próximas eleições. 

A visibilidade do FMPE no ato se deu graças a um esforço de construção e amadurecimento interno, fortalecendo sua presença estética e política nas ruas. O agrupamento imprimiu diversos materiais (como camisetas, bandeiras, cordéis e adesivos), realizou ensaios preparatórios da batucada e articulou uma intervenção artística contra o fundamentalismo religioso na política pernambucana. “Quem nos via sabia quem éramos, a unidade e a motivação era perceptível”, destacou em avaliação o Fórum, que também conseguiu estreitar alianças muito importantes com a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e com o Levante Feminista contra o Femincídio.


Em ato de rua duas meninas negras, em primeiro plano, tocam agbê/ xequere. Atrás delas uma mulher negra canta ao microfone. As cores laranja, roxo e verde são muito presentes, nas camisas, instrumentos e máscaras.
#PraTodesVerem – Em ato de rua duas meninas negras, em primeiro plano, tocam agbê/xequere. Atrás delas uma mulher negra canta ao microfone. As cores laranja, roxo e verde são muito presentes, nas camisas, instrumentos e máscaras.

Na Região da Mata Sul do estado aconteceram caravanas feministas, pequenos atos simbólicos e reuniões com as Secretarias da Mulher nos municípios por onde a caravana passou. O FMPE-Mata Sul realizou atividades preparatórias nos bairros e comunidades, antes do 8 de março, com grande participação das mulheres dos territórios. Um desafio apontado foi o baixo número de companheiras que conseguiram participar das viagens até as localidades. Apesar disso, o FMPE-Mata Sul afirmou que pôde compreender melhor o estágio atual do contexto pandêmico local, renovar alianças antigas e construir novas, dispostas a lutar pelo feminismo popular.



No Sertão do Pajeú as militantes se surpreenderam com a quantidade de mulheres que participaram das atividades. “Foi um choque positivo saber que novas companheiras, pós-pandemia, queiram construir o FMPE. Seguir em luta é essencial para esse fortalecimento permanecer”, contaram. 


O Sertão do Araripe também afirmou que saiu mais fortalecido do mês de luta. Realizaram uma tribuna feminista, entrevistas em rádios locais e construíram de maneira colaborativa um ato unificado com outras organizações. A boa articulação resultou no diálogo com a delegada regional e com as Secretarias da Mulher e de Assistência Social do município de Ouricuri, para implementação de uma sala na delegacia que realize atendimento às mulheres em situação de violência.



O Agreste de Pernambuco também fez barulho! Com carro de som circulando por toda a região, inclusive na zona rural, agitando para o 8 de março. Houve produção de vídeos com participação de mulheres diversas falando sobre seu pertencimento ao feminismo popular e várias atividades descentralizadas no território, em escolas, sindicatos, associações. Também foram feitas visitas de monitoramento aos órgãos de políticas públicas para as mulheres. O resultado dessas ações sistemáticas foi o bom alcance das agrestinas, que conseguiram levar informações importantes sobre os direitos das mulheres pela região.