Na cidade de Jacareacanga/PA ação violenta e bárbara foi uma tentativa de silenciar as mulheres do povo Munduruku contrárias à mineração ilegal em terras indígenas.

As populações indígenas têm sofrido diversos tipos de atentados nesse contexto fascista em que se encontra o país. Esse momento afeta diretamente os corpos, a terra e as demarcações. Além da pandemia de Covid-19, que tem sido de um impacto incalculável para estas populações, as violências se alastram revelando casos de perseguições e mortes de mulheres, lideranças e até mesmo de suas crianças.

No último dia 25, ocorreu mais um caso de violência e ódio, a sede da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborûn foi atacada e depredada, na cidade de Jacareacanga, no Pará. Uma ação violenta e bárbara contra o movimento de mulheres que, via Associação, luta desde 2018 pela retirada dos garimpeiros do território do povo Munduruku.

A violência foi uma tentativa de silenciar as mulheres Munduruku, contrárias à mineração ilegal em terras indígenas. O espaço vandalizado é de uso coletivo com outras organizações indígenas antigarimpo. Muitas de suas lideranças vêm sendo objeto sistemático de perseguições e ameaças e temem por suas vidas e integridade.

As ações movidas desde a posse do desgoverno de Bolsonaro são as mais letais desde o processo da colonização violenta de 1500. É o que afirma o relatório, de mais de 216 páginas, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Em meio à mortes, permanecem a perseguição bolsonarista aos povos indígenas, retrato de um desgoverno que tem um projeto de etnocídio e violação sistemática de direitos.

Por isso é preciso parar este governo e seus braços! Denunciamos o descaso e a crueldade da inoperância governamental na região norte do País e nos solidarizamos à resistência das mulheres indígenas e dos povos indígenas!

Sobre o caso de violência na sede da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborûn:

📢 Em defesa da Vida das mulheres e dos territórios!

O Ministério Público Federal (MPF) e as mulheres Munduruku lançaram na terça-feira (30) campanha de arrecadação de recursos após ataque da sede da Associação por um grupo de garimpeiros ilegais que depredaram o prédio e destruíram documentos, móveis e equipamentos, além de produtos indígenas à venda no local.

O objetivo agora é conseguir fundos para a reforma do prédio, reposição dos itens destruídos, e para a ampliação da mobilização e da luta contra o avanço da mineração ilegal.

As doações são recebidas em conta bancária da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn:
⠀
• Banco: Bradesco
• Agência: 0759-5
• Conta Poupança: 38295-7
• CNPJ: 30.024387/0001-87

FONTE: www.mpf.mp.br/pa/campanha-wakoborun