ANMIGA realiza mesa com parceiras e aliadas na III Marcha das Mulheres Indígenas
Na tarde do dia 12 de setembro aconteceu dentre as atividades da III Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília, a Mesa “Fortalecimento entre elas e para elas: Mulheres Indígenas, Negras, Quilombolas ocupando espaços de poder Municipais, Estaduais, Nacionais e Internacionais”.
A mesa foi mais um espaço de debate, mas também de saudação e agradecimento às parceiras, proposta pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade – ANMIGA, que coordena a Marcha. Participaram deste momento companheiras de movimentos e organizações parceiras da luta das mulheres indígenas: Ingrid Farias (RENFA e Coalizão Negra por Direitos), Analba Brazão (SOS Corpo), Maria Gavião (AMB), Yuri Melchior (Mujeres de Tapla) e Ju Kerexu (APIB).
Dentre as falas, Maria Gavião – que representou a AMB – fez uma breve saudação à Marcha e a ANMIGA, e afirmou a importância da aliança entre a Articulação de Mulheres Brasileiras com as mulheres indígenas, destacando a necessidade de estreitar as parcerias para fortalecimento da luta feminista. A AMB é parceira desde a primeira edição da Marcha, quando ajudou a fortalecer sua ideia e realização em 2019. “Somos aliadas das mulheres indígenas nos territórios onde estamos organizadas nos agrupamentos locais da AMB. E também tem mulheres indígenas na AMB. Essa parceria não é pontual, ela é processual”, afirmou Maria Gavião.
Ela também destacou as desigualdades na ocupação dos espaços de poder enfatizando a importância do fortalecimento entre mulheres, questão que foi tema da mesa. “O sistema político, como ele se encontra, não cabe a diversidade do povo brasileiro, nem a classe trabalhadora, nem as mulheres negras, indígenas, mulheres em geral. Essa discussão sobre a democratização do sistema político é importantíssima pra transformar essa realidade”, declarou Maria Gavião.
Também fez parte da mesa a militante AMBista, Analba Brazão que representou o Instituto SOS Corpo. Ela pontuou o papel fundamental da luta pela demarcação, afirmando que a luta pela terra é uma luta feminista que precisa reunir todos os movimentos. “A luta pela demarcação da terra é uma luta feminista. É muito interessante estar aqui numa mesa como essa de alianças, porque nós também acreditamos que pra transformar o mundo precisamos de todas nós. Precisamos que todos os movimentos se deem as mãos, precisamos firmar cada dia mais a nossa aliança de parentesco entre as mulheres negras e indígenas”, concluiu Analba.