Neste último final de semana de junho aconteceu, em Pernambuco, o Encontro Encruzilhadas: 3° Encontro Internacional da RENFA. O Encontro Encruzilhadas marcou um momento de consolidação e transição da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas – RENFA, que chega ao seu 8° ano de existência, com dez anos de articulação de uma longa trajetória de muito aprendizado.

“Estamos firmando um compromisso com nós mesmes de construirmos cada dia mais espaços transparentes, respeitosos e horizontais de organização política. Crescemos e seguimos crescendo juntes em nossas diversidades – nos encontrando em nossas encruzilhadas – por uma sociedade onde sejamos livres e estejamos juntes”, declarou em sua página a RENFA.

O encontro reuniu cerca de 100 participantes de 14 estados do Brasil e cinco países da América Latina, com o objetivo de aprofundar ainda mais o debate sobre a necessidade de um modelo de política de drogas para a nossa realidade. “Este momento histórico é essencial para unirmos forças, lutas, experiências; e nos fortalecermos no lugar de acolhimento e pertencimento” destacou.

A Articulação de Mulheres Brasileiras, que é parceira e aliada da RENFA, foi convidada para participar do encontro. A militante Analba Brazão, que representou a AMB, levou como contribuição a nossa experiência “de um movimento que assentou suas raízes há 27 anos” e a importância da auto-organização como caminho para o fazer coletivo.

“Podemos partilhar visões, leituras das realidades, revisitar o passado, a luta das nossas ancestrais, refletir a experiência vivida e estarmos abertas para receber o novo que nos desafia”, destacou Analba. A AMB também esteve presente no primeiro encontro em 2017, compartilhando nossas formas organizativas para contribuir no debate da Rede.

Agora, a Rede Feminista Antiproibicionista finalizou a construção de sua carta de princípios. “Quatro anos depois, neste encontro, a RENFA está fechando a carta. Um processo longo de construção. Na AMB também foi assim”, comentou Analba.

“Foi bonito ver o crescimento da RENFA. Foi emocionante participar deste encontro depois de seis anos e constatar está permanência. A RENFA está com oito anos de existência, tem núcleos em 14 estados e está se enraizando, se aliançando em outros territórios latino americano”, declarou Analba. No encontro estiveram presentes mulheres da Guatemala, Uruguai, Colômbia, Venezuela e Equador que fazem a luta anticárcere, antipunitivista e antiproibicionista.

“Só quando permanecemos podemos assentar raízes. Isso é fundamental para construir movimentos e instituições que sejam sólidas o suficiente para aguentar as tempestades”, a frase de Naomi Klein – se referindo ao Occupy Street, em 2011 – foi usada para encerrar o momento de fala da AMB neste potente e significativo encontro da RENFA na construção da luta feminista antiproibicionista no Brasil e América Latina.

Vida longa a nossas companheiras! Viva a RENFA!

Fonte: @renfantiproibicionista