Nos colocamos na luta pela derrubada do governo Bolsonaro-Mourão, um governo militarfundamentalista e ultraneoliberal, exigindo a cassação da chapa e a convocação de novas eleições presidenciais.

Este governo foi eleito como continuidade do golpe de 2016, com graves denúncias de fraudes eleitorais. Sua política sustenta sucessivas violações da legalidade democrática e crimes de responsabilidade (social), apoiados pelas forças militares e normalizados pela inércia do poder judiciário, especialmente do STF.

Este governo mantém enorme presença de militares nos seus postos de comando e decisão. Não há como pensar em futuro melhor com outro representante do pior do nosso passado recente e do presente que nos massacra. Diante da aparente divisão do núcleo de sustentação do governo Bolsonaro-Mourão, nos posicionamos por radicalizar nossa luta pela democracia e pelos direitos, rechaçando os acordos com o centro-direita e demais forças políticas do golpe cujo interesse é uma nova edição da velha “saída pelo alto”: mudar para que nada mude!

O simples impedimento ou renúncia de Bolsonaro para que o vice, Mourão, ocupe seu lugar, significa a volta ao poder daqueles que, acuados no processo de democratização dos últimos 30 anos, mantiveram sua atuação sorrateira e retornaram ao governo em aliança com as forças neofascistas, ultraneoliberais, fundamentalistas e o capital rentista: os militares.

Moro é parte deste mesmo cenário. Foi operador do golpe de 2016, praticou fraudes para tornar Lula preso político, negligenciou as investigações do assassinato de Marielle, e é ele mesmo um representante de setores do bolsonarismo e da ascensão fascista e antidemocrática no país. Como parte deste governo tentou, com seu pacote anti-crime, instituir a licença para matar, reforçando a violência institucional racista diante da população negra, jovem e periférica brasileira. Moro representa o golpe e o retrocesso.

A pandemia do COVID 19 explicitou a política de morte deste Governo. Escancara-se o

descumprimento, o descuido e o desdém com quem mais necessita nesse momento de proteção. Bolsonaro propaga desinformação, convoca multidões para as ruas, menospreza a experiência de outros países; sabota, assim, a luta contra a pandemia por meio de um comportamento genocida que ameaça a população mais vulnerável. Propõe mais desregulamentação de direitos sociais e trabalhistas, desinveste no SUS e reduz direitos assistenciais necessários para a maior parte da classe trabalhadora proteger-se da pandemia. Aprofunda a injustiça socioambiental, devasta territórios e ameaça a existência dos povos indígenas. Esta necropolítica, que se faz pela administração da vida por meio da morte, atingindo sobretudo a população negra e periférica, precisa ser freada como condição primeira para enfrentar a crise.

Frente a este cenário, nós da AMB nos colocamos na luta para a derrubada deste Governo e no enfrentamento às forças que o sustentam.

Defendemos que as saídas e alternativas à crise que vivemos neste momento têm de ser discutidas e realizadas com a participação soberana da população.

Nós da AMB temos construído redes de solidariedade local, articuladas à luta para garantir nossos direitos no contexto da pandemia e para além dela. Somos parte da crescente força política feminista e de outros movimentos sociais tecida nas respostas à pandemia, que mostram os valores e práticas antissistêmicas e a construção do comum como possibilidades de construção de novos modos de vida que se insurgem contra a lógica desse sistema.

Pela vida das mulheres!

Por nossos direitos!

Fora Bolsonaro e Mourão!