A AMB lança nota sobre a situação de calamidade em que se encontra o Amapá e exige ações concretas; Confira

Nós, da Articulação de Mulheres Brasileiras, nos somamos às vozes de repúdio e indignação ao descaso das autoridades e empresas de energia contra a população do Amapá.

O estado do Amapá é exportador de energia para o restante do País e sofre com o descuido interno governamental que deixa sua população com problemas sérios de acesso e com serviços ruins. A população está com o abastecimento de água também afetado pela dependência de energia elétrica para acionar as bombas hidráulicas.

Na luta contra a precarização da vida das mulheres, nós da AMB nos mobilizamos e exigimos a retomada do abastecimento, o estabelecimento de redes de apoio e solidariedade local e de outros estados brasileiros, medidas para gerar fornecimento de alimentos garantindo a alimentação e sobrevivências da população do Amapá, além de investimentos nas redes e serviços de saúde que já estão sucateadas, como vimos durante contexto de Pandemia do Covid 19.

À nós mulheres recai de forma desigual a falta de água e luz, na intensificação de tarefas de cuidado e mais trabalhos a serem realizados – seja na mobilização da solidariedade, na busca de água, cuidados com a alimentação.

Os relatos de nossas companheiras de luta de Macapá e territórios indígenas e quilombolas é angustiante: superexploração de preços para alimentos essenciais como água, longas filas para tudo, sem acesso a internet, reorganização da vida em função de redes de solidariedade, pessoas aglomeradas à espera de água e donativos, sem máscaras, desesperadas com sua sobrevivência – e tudo ainda em situação de Covid. Os usos políticos nefastos são para disputar votos sem reverberar em ações concretas de reversão dos problemas causados por dias – desde 3 de novembro – de falta de abastecimento de energia nas cidades do Amapá. Relatos também de falta e/ou de comidas estragadas por falta de energia, garrafas de água sendo vendidas a 25 reais.

A previsão é que demore cerca de um mês a recuperação da situação devido ao incêndio em uma subestação de energia em Macapá. O incêndio aconteceu em uma empresa privada espanhola, Isolux. A mesma empresa já tem queixas de descaso e falta de segurança. A ANEEL precisa dar respostas com rapidez, bem como o apoio do Governo Federal, frente a situações de emergência.

Exigimos ações concretas e medidas das autoridades públicas para garantir a dignidade e sobrevivência das famílias locais. Que sejam responsabilizadas as empresas de energia envolvidas no descaso em devolver com maior agilidade o abastecimento de energia e água.

O que acontece no Amapá é prova concreta de que a privatização das empresas e serviços estatais só prejudicam a nação brasileira, pois são feitas sem regulamentação, vendidas a preços de banana e pecam na oferta de serviços, e ainda ofertando tarifas caras para a população.

Por fim, que as eleições no próximo domingo sejam a possibilidade para impedirmos o crescimento dessas mesmas forças políticas patriarcais, racistas, capitalistas, moralmente conservadoras, com apreço à força policialesca e fundamentalista. Políticos conservadores que representam mais do mesmo da velha política ainda dos tempos das capitanias hereditárias, senhores escravocratas e violadores de crianças e mulheres que trabalham para a manutenção do valor de que Lucro está acima de Vidas. Seguimos na luta em defesa dos serviços públicos e contra as privatizações!

É por Nós Mesmas e por Todas Nós!

09 de novembro de 2020, Articulação de Mulheres Brasileiras.